O ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse no Twitter que a edição 2021 do Enem, impressa e digital, será realizada nos dias 21 e 28 de novembro. A inscrição para a prova, segundo o ministro, ocorrerá entre 30 de junho e 14 de julho. Ele afirma que os editais com as principais informações sobre a prova serão publicados no Diário Oficial da União ainda nesta semana.
“Conforme eu já havia anunciado dias atrás, o Enem 2021 acontecerá e será aplicado neste ano. As provas serão aplicadas nos dias 21 e 28 de novembro, para as versões impressa e digital. É isso mesmo! A mesma prova, nas mesmas datas, para as duas modalidades”, disse Ribeiro em um post.
“A segurança e a isonomia do Enem serão sempre mantidas pelo Inep e pelo MEC”, afirmou o ministro em uma segunda postagem.
A edição de 2020 passou por problemas como o adiamento do exame, devido à pandemia, salas lotadas em que alunos foram barrados para que fosse possível manter o distanciamento social, e suspensão da aplicação no Amazonas e cidades de Rondônia, devido à alta de casos da pandemia.
Na última edição, 5,7 milhões de candidatos estavam confirmados para fazer a prova do Enem. A abstenção foi recorde: mais da metade (55,3%) não compareceu.
Corrida contra o tempo
O possível adiamento para 2022 chegou a ser confirmado pela presidente do Conselho Nacional de Educação. No mesmo dia, documentos internos obtidos pelo G1 mostraram que a avaliação estava marcada para 16 e 23 de janeiro de 2022 com o uso de termos como “ratifica” e “datas definidas”. Milton Ribeiro afirmou depois que eram apenas “conversas de bastidores”.
O governo terá que correr para cumprir os prazos de elaboração das provas para a realização nesses dois dias de novembro. Pessoas familiarizadas com o processo de organização do Enem disseram ao G1 em meados de maio que o prazo é “apertado” ou até “impossível” de ser cumprido.
Também ressaltam que, caso as etapas de impressão e distribuição das provas sejam aceleradas para garantir a realização em 2021, é possível que haja comprometimento da qualidade e segurança.
Falta uma definição mais clara do orçamento: por enquanto, há R$ 200 milhões para cumprir a etapa do planejamento, o que não inclui a aplicação da prova. Entre as metas globais para o ano do Inep, a aplicação do exame não estava prevista.
Em 2020, para se ter uma ideia, esse edital foi publicado no “Diário Oficial da União” em 22 de abril, e as inscrições ocorreram de 11 a 22 de maio (confira o edital do Enem 2020). Ainda se planejava aplicar inicialmente o Enem em 1º e 8 de novembro de 2020.
A definição do cronograma do Enem interfere em diversas outras agendas. Em 2020, o adiamento do exame, de novembro para janeiro deste ano, atrasou o calendário do Sistema de Seleção Unificada (Sisu).
A divulgação dos jovens aprovados saiu depois que o semestre nas universidades já estava em andamento. Também prejudicou quem queria se inscrever no Prouni e Fies, programas de acesso ao ensino superior, que tiveram inscrições abertas antes da divulgação das notas do Enem.
Enem digital
O Enem digital, que teve a primeira aplicação na edição de 2020, com 96 mil inscritos, ainda não teve a definição de quantas vagas serão oferecidas para esta modalidade neste ano.
Quando anunciou a prova em computadores, o MEC estimava elevar o número de inscritos ano a ano, até tornar o Enem 100% digital em 2026. Caso o governo anuncie mais vagas para as provas digitais, será preciso levantar locais para aplicá-las.
As provas digitais do Enem não são feitas na casa dos estudantes. Elas são aplicadas em computadores localizados em salas de aplicação, sem conexão à internet.